Xiitas e sunitas

Os partidários de Ali não aceitaram os califas da dinastia Abássida e durante muito tempo promoveram revoltas com o objetivo de retomar o poder. Eles diziam que a liderança dos fiéis devia ser exercida apenas por familiares de Maomé e seus descendentes. Os que manifestam essa vontade foram chamados de xyiai Ali, isto é, partidários de Ali. Daí o nome xiita.

Os xiitas não admitiam que o governante fosse apenas um administrador da Lei. Para eles, o líder político deveria também ser um imã, isto é, um guia espiritual.

Mas muitos muçulmanos tinham outra opinião. Entre os que discordavam, destacaram-se os sunitas, que apoiaram a ascensão dos membros da dinastia Omíada. Seu nome deriva do árabe sunna, que quer dizer "costume", "norma". Esse grupo surgiu após a morte de Maomé, quando os ensinamentos do profeta passaram a ser escritos e estudados. Seus seguidores propunham uma interpretação rigorosa de Suna, o registro dos preceitos e exemplos de conduta de Maomé e dos quatro primeiros califas.

Para os sunitas, não havia necessidade de o líder político ser também líder religioso. Em sua visão, a função de guia espiritual deveria ser exercida pelos ulemás, profundos conhecedores dos preceitos do islamismo e especialmente preparados para exercer a liderança religiosa.

Atualmente, os xiitas correspondem a cerca de 15% dos muçulmanos. Eles representam a maioria da população no Iraque e no Irã, enquanto os sunitas predominam no restante do mundo islâmico.